Conceito/Definições

A intermodalidade trata do uso de mais de um modal para a realização de uma única viagem, podendo envolver transportes coletivos ou individuais de diferentes dimensões e alcances. A articulação entre micromodais e outras modalidades de deslocamento – sobretudo o transporte coletivo de alta capacidade – vem demonstrando um alto potencial de ampliação da mobilidade sustentável nas cidades. Isso porque cada modo pode ser utilizado no seu espectro de maior eficiência: a micromobilidade por sua rapidez, flexibilidade e praticidade nos deslocamentos mais curtos (primeira e/ou última milha), em combinação com outros transportes para superar longas distâncias (essenciais em contextos metropolitanos), na maioria das vezes restritos a opções mais limitadas de trajetos. Assim, a integração pode tornar mais atraente tanto o uso dos micromodais como o dos transportes coletivos, com possível impacto na redução da utilização do automóvel particular.

Discussão

O surgimento dos serviços de compartilhamento de veículos, bicicletas e outros micromodais permitiu a obtenção de uma série de dados e informações urbanas, coletados por meio da tecnologia dos aplicativos. Isso pode também ajudar a fomentar e aprimorar os demais sistemas de transporte público existentes, considerando sua intermodalidade. Durante a pandemia do novo coronavírus, os micromodais ganharam relevância tanto por sua característica de transporte de uso individual – o que torna mais fácil o distanciamento social – quanto por serem sustentáveis, promovendo a redução da poluição do ar, especialmente relevante em um contexto de pandemia de doença respiratória. Por isso, cidades como Nova York e Bogotá expandiram suas ciclovias como forma de incentivar essa modalidade e garantir também as medidas de segurança para o controle pandêmico.

No Brasil, o Ministério das Cidades foi um dos grandes responsáveis por incentivar políticas de mobilidade ativa, com a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Ela trouxe mudanças importantes para o planejamento urbano, priorizando o transporte coletivo e os deslocamentos não motorizados em detrimento do uso extensivo do automóvel particular. Assim, favorecer a integração da micromobilidade com outros modais pode também significar, para as cidades brasileiras, estar em acordo com tais diretrizes. Apesar disso, a aplicação prática desses conceitos possui entraves como o preço de utilização dos transportes, inviabilizando uma visão da micromobilidade como transporte integrador para uma grande parcela da população. Com isso, é necessário o fortalecimento das políticas públicas existentes para o desenvolvimento da micromobilidade, com mecanismos que facilitem a integração desses modais, seja pela criação de infraestrutura e articulação entre operadores, seja pela criação de regulamentações.

Subdimensões

Guia Micromobilidade Compartilhada

Este relatório apresenta uma investigação completa sobre o panorama da micromobilidade pública no Brasil e no exterior. Trata-se de um trabalho de suma importância para gestores públicos e privados, e por se tratar de um trabalho sem paralelos no país, se torna uma referência nacional na conceituação e levantamento do quadro da micromobilidade.

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